domingo, 11 de abril de 2010

estado da india portuguesa

2. ESTADO DA ÍNDIA PORTUGUESA: Quando os navegadores portugueses chegaram à Índia nos finais do século XV, os mercadores muçulmanos dominavam as rotas de tráfico das especiarias e dos têxteis, desde Mombaça, Golfo Pérsico e Mar Vermelho, ao Extremo Oriente, China, Indonésia e Molucas. Tecidos de algodão de Guzerate, especiarias e madeira da Indonésia, rubis de Pegú, canela e sal gema do Ceilão, eram trocados por produtos de ouro, marfim de África, ducados de Veneza, serafins de Egipto, contribuindo para circulação dos produtos e homens, entre o Mediterâneo e o mar da China. Os seus representantes encontravam-se em Bengala, Coromandel e Malaca., e enviavam como dever religioso o produto das suas esmolas à Meca de 7 em 7 anos. Os que pertenciam ao domínio dos rajás hindus em Vijayanagar, Querela, Ceilão, respeitavam a respectiva ordem social, como, não comer a carne da vaca, e conduziam-se como seus súbditos fiéis, pagando os impostos e participando na defesa. Mais tarde estas comunidades islâmicas perdem o domínio do Índico à favor dos árabes de Mascate e dos navegadores europeus, mas os portugueses conseguiram estabelecer feitorias com fortalezas, além do Médio- Oriente, no século XVI, em vários pontos da costa ocidental da Índia, como Diu, Damão, Açarim, Bombaim, Chaul, Goa, Onor, Braçalor, Mangalor, Cananor, Chale, Calicute, Cranganor, Ponane, Cochim e Coulão,  e algumas na costa oriental, como, S. Tomé de Meliapor e Negapatão,  e continuaram as suas descobertas até ao Extremo-Oriente, chegando a Macau e Timor e outros locais, até à Austrália, entre 1487 e 1515. Período em que fizeram o trabalho de missionação cristã desses locais, além da guerra, usando as alianças com reinos, sobretudo hindus, contra muçulmanos. Foi assim que Afonso de Albuquerque conquistou Goa ao reino muçulmano de Bijapur, e, ali estabeleceu a capital do Estado da Índia, cujo território ia desde as costas de Moçambique, na África Oriental até ao Extremo-Oriente, Timor. Com a entrada dos holandeses, ingleses e franceses no oceano índico e com a derrota do Rei D. Sebastião de Portugal na Batalha de Alcácer-Quibir no norte de África, contra os muçulmanos, em 1580, o exército português ficou enfraquecido. Por outro lado, D. Sebastião não tendo sucessores, Portugal foi ocupado pela Espanha. Estes acontecimentos enfraqueceram as posições portuguesas nas outras partes dos seus territórios ultramarinos. Neste contexto os portugueses assinaram com os ingleses em 1635, o “Acordo de Goa”, cessando as hostilidades mútuas e iniciando ajuda mútua, permitindo aos portugueses o frete dos navios ingleses para fornecimento das provisões às suas guarnições de Malaca e para transportar cobre e artilharia de Macau a Goa, através do Estreito de Singapura, onde os holandeses atacavam os barcos portugueses e em 1661 assinaram um tratado com uma cláusula secreta, pela qual a Inglaterra procuraria a cessação das hostilidades entre os portugueses e os holandeses ou a combater os holandeses se estes recusassem a proposta, e, em troca, Portugal concedeu aos comerciantes ingleses privilégios idênticos aos dos súbditos portugueses no comércio, em Goa, Cochim e Diu e cedeu, apesar do desagrado das autoridades portuguesas de Goa, à Coroa Inglesa, a região do porto de Bombaim, como dote de casamento da sua princesa, D. Catarina, com o príncipe D. Carlos II, de Inglaterra. A Companhia Inglesa das Índias Orientais ali estabeleceu um centro comercial, atraindo os homens de negócio, nativos, entre os quais comerciantes e artesãos, naturais de Goa, também ali se refugiaram da inquisição e dos pesados impostos das autoridades portugesas.


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