domingo, 11 de abril de 2010

muçulmanos

1.1.6. MUÇULMANOS: No século VIII surgem os árabes no norte da Índia, onde formam algumas comunidades sob chefia de príncipes e ascetas soufis, místicos que usavam vestidos de lã (do árabe souf), e no litoral marítimo da Índia surgem os mercadores árabes durante as monções, usando os barcos de cabotagem e as rotas marítimas, que os povos do Iémen, na época pré-islámica, já usavam no seu caminho para Sri Lanka e ao Mar de Bengala. Estes muçulmanos permaneciam na Índia de Agosto a Janeiro, esperando os ventos de regresso, e envolviam-se com as mulheres da casta baixa, filhas dos pescadores e a quem garantiam o sustento. Era casamento temporário permitido pelo islamismo para dar um lar aos navegadores islâmicos, nos portos onde se permaneciam, sobretudo no Malabar, Canará e em Coromandel, favorecendo uma prole elevada. Devido a repugnância dos membros das classes altas em empreender viagens de longo curso e de se relacionarem com as castas baixas, os muçulmanos, sendo estrangeiros e não pertencendo à hierarquia das castas indianas, foram os elementos de aproximação com os funcionários reais, que assim não eram sujeitos ao contacto com os hindus da casta baixa, e também eram aceites nos exércitos dos Rajás e sultões dos reinos do Decão e de Coromandel, cujas guerras contínuas esgotavam os cavalos, que não se podiam reproduzir na Índia tropical. Estas ligações islâmicas multiplicaram as alianças e difundiram novos produtos e técnicas, e permitiram uma reacção popular contra as castas, e pregadores e poetas errantes do norte estendiam-se pela Índia, sem preconceitos de raça.
Entre os séculos IX até ao século XII, os cholas emergiram como império mais poderoso do subcontinente. Sendo uma dinastia de origem tâmil, seu centro de poder localizava-se no sul da península indiana, alastrando-se até o Ganges ao norte, e nas ilhas Maldivas e parte do Ceilão, Arquipélago Malaio e ao longo do Golfo de Bengala. Mas, essencialmente dominavam o sul, enquanto no norte três reinos disputavam a supremacia: os pratilharsa, no Rajastão, o império Pala, em Bihar e Bangala, e os rashtrakutas, no Decão. Neste período, os templos deixaram de ser edifícios isolados, e são rodeados de santuário com pavilhões para dança religiosa e leitura da literatura sacra, em oposição ao hinduísmo ortodoxo, sendo o seu mentor o pensador Shankaracharia, que aceitou os vedas e o Tantrismo, permitindo a abertura do culto a todas as pessoas, incluindo mulheres, nos rituais mágicos, que terminava com a aceitação de 5 mm: Madya (vinho), Matsya (peixe), Mamsa (carne), Mudra (cereal) e Maithuna (relações sexuais).
No século XIII os muçulmanos depois de destronar os soberanos hindus do norte, deslocaram-se para o sul e submeteram no século XIV o reino hindu de Vijayanagar, cujos templos eram ricos e ornamentados, com pavilhões à sua volta, onde os peregrinos se podiam descansar e comprar recordações, sendo o santuário “salões de mil colunas” o mais famoso, com uma fachada principal decorada com enormes cavaleiros montando cavalos empinhados, medindo cada um 3 m de altura e esculpidos em blocos de granito. Os muros destes templos, após a derrota do reino de Vijayanagar, foram elevados para desencorajar os atacantes e os pátios cobertos com telhados, tornando-se escuros sem a luz directa.



Sem comentários: